
Um militante conservacionista, em favor da Mata Atlântica.
Doutoranda em História
2) Ruschi tinha uma grande ambição: projetar mundialmente o Museu Mello Leitão como um centro de pesquisas voltado para a conservação da Mata Atlântica brasileira. Como era um cientista de rara visão política e estratégica, sabia que, para alcançar a nobre ambição, precisava de pesados e permanentes recursos para a pesquisa, bem como um lugar institucional forte e consolidado dentro da esfera federal: “O MBML espera um dia ser incorporado à UFES, como parte integrante da mesma, pois não é somente o caminho normal de instituições congêneres, mas é principalmente a sua finalidade que mais condiz com essa medida; o seu crescimento e o seu funcionamento atualmente já fugiu da esfera em que um particular possa mantê-lo em ritmo de crescimento como está exigindo o intercâmbio com tantas universidades, especialmente com as universidades dos USA e da Europa” (carta ao Reitor da UFES, Dr. Alaor de Queiroz Araújo, de 28/8/1967).
Considerando a visão estratégica de Ruschi, penso que a situação que está hoje colocada no plano nacional é a seguinte: a preservação e ampliação do legado de Ruschi depende da regulamentação da Lei de 2014, a qual lhe garanta mais recursos financeiros e um importantíssimo abrigo institucional, que é o MCT&I. Me parece que seja consensual que tenha sido um grande equívoco o fato do texto da referida Lei ter suprimido, à revelia dos atores que participaram da luta pela vinculação ao MCT&I, o nome “Museu Mello Leitão”. Foi um erro conceitual e histórico! Contudo, penso que existam maneiras de corrigir este erro, de modo a preservar a identidade da instituição. Para isto, deve-se construir um regimento interno atento a esta e outras questões igualmente prioritárias. Mas, só se pode pensar nisso dentro de marcos institucionais estabelecidos e consolidados. Eis a importância fundamental de lutarmos pela regulamentação da lei de 2014.
