Cultivando a mente do amor



Editora Palas Athena

Prefácio á edição brasileira

Sempre que acabo de traduzir um livro de Thich Nhat Hanh, sinto ter escalado mais uma etapa na infinita espiral do conhecimento.

Sou eternamente grata ao Universo por ter-me sido dado encontrar os ensinamentos desse mestre, que até hoje me servem como âncora sempre que fico à deriva das emoções ou perturbações da mente.

Por isso, sempre aspiro a que todos tenham oportunidade de entrar em contato com suas mensagens, para que assim possam se tornar capazes de pilotar o barco de suas vidas sem risco de naufrágio.

Provavelmente seja do conhecimento do leitor que, no já distante ano de 1985, traduzi para o português o livro do mestre Para Viver em Paz seguindo-se Caminhos para a Paz Interior e Meditação Andando. Foi tão grande a aceitação dos mesmos que as propostas para tradução de seus livros proliferaram. Por questão de tempo, nem sempre me foi possível atender aos editores tendo, em alguns casos, participado apenas como revisora.

Já estava um tanto acomodada nesta nova condição, quando recebi diretamente de Plum Village, sul da França, onde vive exilado Thich Nhat Hanh, o livro Cultiving the Mind of Love acompanhado de uma carta solicitando especialmente que este fosse traduzido por mim.

Ao lê-lo, tomei a solicitação como uma carinhosa deferência pois, no livro, Thich Nhat Hanh toca num assunto deveras íntimo: a primeira vez que se apaixonou. O relato das convulsões emocionais, impulsos e questionamentos vividos pelo então) noviço, é intercalado) com passagens de sutras, revelando) como esse amor individual foi sendo transformado) em amor incondicional por todos, tanto de sua parte quanto) da monja que foi objeto de sua paixão).

Tal como a prefaciadora da edição americana, a escritora Natalie Goldberg, não paro de me pasmar ante as maneiras criativas que Thay encontra para nos fazer enxergar a realidade além das aparências, não só nas situações extremas como também nas cotidianas – muitas vezes com tiradas do mais apurado senso de humor.

Que essa fonte de humanismo, paz e sabedoria que é o mestre Thich Nhat Hanh jamais deixe de jorrar e que nós, brasileiros, tenhamos sempre ocasião de beber dessa fonte como nos propicia a Editora Palas Athena publicando este livro.

Cultivemos pois a mente de amor, que só essa é capaz de construir uma humanidade mais solidária.

Odete Lara
Rio, outubro, 2000

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