Estando Aqui e Agora

de Longchen Rabjampa
Extratos traduzidos por Keith Dowman
Extratos traduzidos ao espanhol por Ángela Mijares
http://www.cosmicartgallery.net/
Sem nenhuma mudança, sem remover ou agitar,
nos prostramos ante a natural Grande Perfeição
a natureza da mente, a base da manifestação iluminada de Adibuddha
e a espontaneidade não mutante da espaçosa essência-vajra.
Revelando a Ausência
A ausência dos atributos das aproximações inferiores
Na natureza pura da mente que é como o espaço,
na ausência de distinções temporal e espacial,
não há visão nem meditação, nem Samaya que sustentar,
não há esforço nem atividade Búdica, nem véu na consciência prístina,
não há treinamento nem etapas, nem caminho que percorrer,
não há experiencia sutil, não há dualidade nem reunião.Negando juízo, não há sagrado nem profano,
Somente a matriz toda inclusiva, como a ilha dourada;
A natureza autogerada da mente é como o espaço,
Sua natureza e ausência mais além de toda expressão.A presença autêntica dissolve a causalidade moral
A realidade essencial da presença autêntica,
não pode ser melhorada (inventada) assim que a virtude não tem benefícios,
não pode ser piorada (modificada) assim que o vício é inofensivo;
na ausência de causalidade, felicidade e sofrimento não podem amadurecer nesta;
na ausência de juízo, nem samsara nem nirvana são preferidos por esta;
Na ausência de expressão, é a matriz e vacuidade.
Na ausência de tempo, “as vidas” são uma mera projeção:
Quem há aí para possuir identidade ou transmigrar?
Que é o Carma e como pode este amadurecer?
contempla a realidade que é como espaço.
Resolvendo a Ausência
Resolução da causalidade moral
Nuvens brancas ou negras, virtude ou vício,
igualmente obstruem ao sol total presença intrínseca;
estressado da luta por uma ação exemplar,
uma incessante chuva de prazer e dor ilusória,
sementes samsáricas como água,

Amadurecendo a colheita dos seis reinos.
OH, compaixão para os seis tipos de seres atormentados!
Instrução sobre a causalidade
Na essência definitiva da realidade última,
tal como a cadeia dourada e a corda de cânhamo são igualmente atadoras,
assim as atitudes positivas e negativas, ambas nos atam;
e tal como as nuvens brancas e negras igualmente encobrem,
assim a virtude e o vício do mesmo modo velam a presença total:
o Iogue que realiza a natureza da mente,
acumula a dissolução (resolução) da causalidade moral.
Resolução no supremo vazio sem nome
Esta matriz não composta, não mutante e indivisível,
a matriz da consciência auto-emergente dissolvendo o esforço,
onde a realidade nominal está mais além do pensamento e expressão,
este é o espaço não reativo de Samantabhadra,
e qualquer coisa que apareça em seu campo indiscriminado de ser,
carece de toda distinção entre aparência (reflexo) e vazio.

Esta ausência vista como existência é projeção ilusória;
porém no mesmo momento da projeção,
na ausência de ambas: Ilusão e não-ilusão,
A resolução (consumação) na suprema experiência sem nome,
És a presença da natural Grande Perfeição.
Ausência: uma sinopses final
Convencido da ausência de ambas, ilusão e não-ilusão,
Em toda experiência atual e potencial de samsara e nirvana,
Não há samsara que rechaçar nem nirvana que alcançar;
Convencido da ausência de originação e não originação,
a crença no nascimento e na morte, a existência e a não-existência se anula;
convencido da ausência de pureza e impureza,
todo juízo de valor es igualado na ausência;
assim, toda experiência se consuma na matriz de Samantabhadra.

Abertura infinita intrinsecamente luminosa
Presença total, a realidade essencial da mente pura,
com total perspectiva, livre de qualquer parcialidade e toda especificação,
não pode ser estabelecida nem verbal nem logicamente,
não pode ser determinada nem como eterna nem como decrescente,
nem movendo-se em nenhuma direção;
imaculada na vasta imensidade da igualdade imanente,
esta abertura perfeita é livre de toda restrição temporal e espacial.
Abertura toda absorvente
Tudo e todas as coisas revertidas à abertura,
muito além das fronteiras da afirmação ou negação;
tal como todos os mundos e formas de vida se dissolvem e o espaço,
todo pensamento e emoção se funde no campo original.
Agora aqui, agora já não! Os pensamentos não deixam rastro
e dentro da infinitamente aberta e perfeita presença total,
esperanças e medos já não são credíveis
A estaca que trava a mente a seu objeto é extraída
E a cidade de experiência samsárica ilusória é evacuada

Assimilando a Ausência

Assimilando a ideia de liberdade dos seis campos sensoriais despreocupadamente

Na vasta matriz de presença total que é a claridade vazia,
qualquer diversidade de particularidades não impedidas surge,
através da percepção sensorial desnuda,
a realidade da presença total resplandece,
e o reconhecimento da abertura das aparências é automático.
Os seis campos sensoriais deixados livremente
na matriz da consciência prístina auto-emergente,
como luz clara não impedida sem dentro nem fora,
surge espontaneamente uma super relaxação não artificial
Obtenção de confiança completa na dinâmica

Com realização espaçosa da claridade vazia da realidade
Presença total não restringida é uma perfeita abertura infinita;
Livre de aferramento, toda ideação se dissolve,
Tudo é absorvido pela dinâmica da matriz holística.\
Satisfação pessoal mesclada com prazer original,
Dentro e fora o único sabor da mente pura,
A presença natural da realidade (ser) consumada é vista.

Atados pelo selo da Abertura
A atadura de Vajra Samantabhadra*
Este árduo selo de mente pura,
adicionado originalmente pelo todo inclusivo Samantabhadra,
assegurado pela intenção do Lama, senhor dos seres de verdade,
afirma o selo natural da Budeidade na essência Vajra,
determinado pelo selo atemporal da essência Vajra desperta.

O significado definitivo do mistério profundo,
significando somente para os mais inteligentes e afortunados – não para as massas
é o vínculo do clímax-vajra mais além de transição e mudança;
esta grande matriz, a dinâmica de luz clara de presença intrínseca,
ainda inata, é por sempre difícil de realizar,
porém reconhecida através da graça do lama, senhor dos seres e a verdade,
é conhecida como “o vínculo ubíquo de abertura perfeita”.
Resolvendo a abertura
Presença vazia resolvida em uma realidade não causal

Inclusive a “presença auto-emergente”, a atualidade da mente e seu campo,
é uma mera etiqueta para uma realidade inefável sem estrutura;
na ausência de um ator, é vazia como o céu,
na ausência de ação deliberada, está mais além de distinção moral,
e mais além de causalidade, carece das dez categorias.
Esta matriz inefável de vasta abertura sem obstáculos,
nem nada nem algo, é ulteriormente vazia,
impensável e inexplicável em realidade,
é resolvida na não-mente da Grande Perfeição

Revelando a perfeição espontânea

A perfeição espontânea muito além de esforço

Já que a base da diversidade espontaneamente perfeita,
A mente pura mesma, é já naturalmente perfeita,
As três dimensões existenciais não solicitadas, são inerentemente perfeitas.
Já que não se busca nenhuma luta calculada por um resultado positivo,
A não-ação natural é o ioga integrador;
Na ausência de atividade discriminatória dirigida,
A matriz é espontaneamente perfeita
Não lutes por obter algo que já existe.

O absurdo de lutar por aquilo que está espontaneamente presente desde o começo

É inútil tratar de lograr o que já está aí;
na presença espontânea atemporal e não artificial,
cortando através de todas as esperanças e medos da mente flutuante,
reconhece isto como o eixo da não solicitada criatividade.

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