Sem dualismo

Texto de Shunryu Suzuki, extraído do livro
Mente ZEN, mente de principiante

“Parar nossa mente não quer dizer parar as atividades da mente. Isso significa que nossa mente impregna nosso corpo inteiramente. Com nosso espírito em sua plenitude, nós formamos com nossas mãos o "mudra".”

Dizemos que nossa prática deveria ser sem idéia de aquisição {ganho}, sem nenhuma expectativa, mesmo a de iluminação. Todavia, isto não significa simplesmente sentar-se sem nenhum objetivo. Esta prática sem idéia de aquisição se funda sobre o sutra Prajna Paramita. Se prestarmos atenção, entretanto, o sutra nos dará uma idéia de aquisição. Ele diz: A forma é vacuidade e a vacuidade é a forma." [I] – Mas se nos apegarmos a esta afirmação, nos arriscamos bastante em nos engajar em idéias dualistas: aqui a forma – e aqui a vacuidade, que experimentamos realizar através de nossa forma. Também "a forma é vacuidade e a vacuidade é forma" é ainda dualidade. Mas felizmente nosso ensinamento continua e diz: "a forma é forma e a vacuidade é vacuidade". [II] Aqui não há dualismo.

Quando achamos difícil parar nossa mente durante zazen e que continuamos tentando parar o fluxo de pensamentos, é o estágio de [I]. Mas, sempre praticando desta maneira dualista, chegamos pouco a pouco a unidade com nosso objetivo. E quando nossa prática se torna sem esforço, podemos parar nossa mente. É o estado [II].

Do livro Esprit Zen esprit neuf de Shunryu Suzuki



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