Shih T’ou


Shih T’ou (700-790)
Shihtou Xiqian (Shih-t’ou Hsi-ch’ien, Sekito Kisen)
O Trigésimo-quinto Patriarca.


Referências
Por Kapleau
Por Varenne
Por D.T.Suzuki
Textos
Discípulos
Transmissão de Ch’ing-yüan
Transmissão para Yao-shan
Linhagem


Referências5

Hoshin sensei e Yasuda Joshu roshi em Chanting Breath and Sound, Great Matter Publications, 1994.

Ele foi aceito como um estudante por Huineng em 713. Depois que Huineng morreu, sabemos muito pouco sobre o que aconteceu em seguida até ele ter sido ordenado em Lofu-Shan em 728. Logo após foi estudar com Qingyuan em Zhihzhou. Ele estudou com Qingyuan durante doze anos e então, em 742, foi para Nanyue onde construiu um eremitério para si no topo de uma grande pedra plana a leste do templo de Nan-zi. Assim pessoas o chamaram “Shitou Hoshang,” “monge da beira-do-precipício” ou, mais jocosamente, “Cabeça-de-Pedra”.

Em 764 foi para Liangduan onde ele e seu monastério tiveram muita interação com outro famoso mestre Zen Jiangxi Mazu Daoyi (Chiang-hsi Ma-tsu Tao-i, Baso Doitsu) 709-788.

O Jingde Chuandeng-lu diz destes dois, “A Oeste do (Jiangxi) rio o grande solitário (Mazu) é o mestre e ao sul do lago (Hunan) Beira-do-Precipício (Shihtou) é o mestre. Quem não conheceu estes dois grandes mestres é ignorante do Zen.”

Três das antigas Cinco Escolas Zen ou correntes derivam de Shihtou; assim como Yaoshan Weiyen, de quem surgiu o Caodong-zong (Soto), seus muitos Herdeiros de Dharma incluem Tianhuang Daowu (T’ien-huang Tao-wu, Tenno Dogo),748-807, de cujos herdeiros originaram-se Fayen-zong (Hogen) e Yunmen-zong (Ummon). Danxia Tianran (Ta-hsia T’ien-jan, Tanka Tennen),739-824, e Dandian Baotong (Ta-tien Pao-t’ung, Daiten Hotsu),d. 819, foram dois outros Herdeiros de Dharma, mas as suas Linhagens desapareceram depois de algumas gerações. Ver Denkoroku, Capítulo 36.



Por Philip Kapleau1
Sekito Kisen (Rm chinês, Shin-t’ou Hsi-ch’ien, 700-790): Mestre Zen chinês líder no período T’ang- Ficou como nome de Sekito (lit.”topo de pedra") pelo fato de viver numa cabana que construíra para si sobre uma grande pedra lisa.



Por Jean-Michel Varenne2
Em 764 foi para Liangduan onde ele e seu monastério tiveram muita interação com outro famoso mestre Zen Jiangxi Mazu Daoyi (Chiang-hsi Ma-tsu Tao-i, Baso Doitsu). O Jingde Chuandeng-lu diz destes dois, “A Oeste do (Jiangxi) rio o grande solitário (Mazu) é o mestre e ao sul do lago (Hunan) Beira-do-Precipício (Shihtou) é o mestre.Quem não conheceu estes dois grandes mestres é ignorante do Zen.”

Três das antigas Cinco Escolas Zen ou correntes derivam de Shihtou; assim como Yaoshan Weiyen (próximo capítulo), de quem surgiu o Caodong-zong (Soto), seus muitos Herdeiros de Dharma incluem Tianhuang Daowu (T’ien-huang Tao-wu, Tenno Dogo),748-807, de cujos herdeiros originaram-se Fayen-zong (Hogen) e Yunmen-zong (Ummon). Danxia Tianran (Ta-hsia T’ien-jan, Tanka Tennen),739-824, e Dandian Baotong (Ta-tien Pao-t’ung, Daiten Hotsu),d. 819, foram dois outros Herdeiros de Dharma, mas as suas Linhagens desapareceram depois de algumas gerações.



Transmissão de Ch’ing-yüan3
35. De Ch’ing-yüan para
Shih-t’ou

Quando era criança, Shih-t’ou mostrava-se totalmente contra os sacrifícios de animais, praticados pelas tribos de caçadores de sua região. Aos 13 anos, ele se tornou noviço. Pouco tempo depois, o mestre Hui-neng faleceu, e Shi-t’ou fez retiros solitários por perídos prolongados. A encontrá-lo, o mestre Ch’ing-yüan perguntou:

Ch’ing-yüan: De onde você é?
Shih-t’ou: Do seu monastério original.
Ch’ing-yüan (levantando seu cetro): Isto existe no monastério?
Shih-t’ou: Não, em nenhum monastério, nem mesmo na terra sagrada da Índia.
Ch’ing-yüan: Desde quando você vai à Índia?
Shih-t’ou: Apenas se eu fosse à Índia que isso estaria lá.
Ch’ing-yüan: Declarações ultrajantes não são suficientes, diga mais.
Shih-t’ou: Não conte comigo para que eu diga tudo. Você também deve falar.
Ch’ing-yüan Não estou me recusando a falar. Estou apenas achando que, depois de mim, ninguém realmente despertará.
Shih-t’ou: Os mestres futuros certamente despertarão, mas eles podem ser incapazes de expressar isso.

Então, o mestre Ch’ing-t’ou bateu com cetro em Shih-t’ou, completando a transmissão. Os mestres futuros também puderam despertar.



Transmissão para Yao-shan 3
36. De Shih-t’ou para
Yao-shan
Yao-shan tornou-se monge aos 16 anos, passando a estudar os sutras e a seguir rigorosamente as regras monásticas. Mesmo assim, ainda estava com muitas dúvidas sobre a essência da sua mente, e foi conversar com o mestre Shih-t’ou.

Yao-shan: Eu compreendi os doze sutras básicos que esclarecem todas as manifestações, mas quero receber a transmissão radical em que o mestre aponta para a mente, de modo direto, e o discípulo realiza a sua natureza, tornando-se buddha subitamente.
Shih-t’ou: Nenhum entendimento passo-a-passo vai funcionar, nem a assimilação súbita, nem mesmo uma combinação destes dois. Então, o que você vai fazer?

Então, a pedido do mestre Shih-t’ou, Yao-shan foi até a montanha de outro mestre, chamdo Ma-tsu.

Ma-tsu: Apenas a mente levanta as sombrancelhas e pisca os olhos. Às vezes, gestos ocorrem, às vezes não. Não há diferença. Então, o que você vai fazer?
(Yao-shan curva-se em reverência.)
Ma-tsu:
Que visão você teve para se curvar tão profundamente?
Yao-shan: Quando eu estava diante do mestre Shih-t’ou, me senti completamente diferente, como um mosquito tentando penetrar em uma vaca de ferro.
Ma-tsu: Através da maravilhosa bondade de Shih-t’ou, você está desperto. Mas agora, você deve se tornar mais refinado!

Retornando ao seu monastério, Yao-shan sentou-se despreocupadamente no salão do templo. Então, o mestre Shih-t’ou perguntou:

Shih-t’ou: O que você está fazendo?
Yao-shan: Nada!
Shih-t’ou: Então, você está sentado em inatividade.
Yao-shan: Sentar-se em inatividade seria fazer algo.
Shih-t’ou: Que tipo de nada você está fazendo?
Yao-shan: Nem mesmo todos os sábios da história poderiam responder.
Shih-t’ou: É porque falar não está relacionado com isso.
Yao-shan: Nem ficar em silêncio está relacionado com isso.
Shih-t’ou: Nem mesmo um orifício para se passar uma agulha.
Yao-shan: Plantar flores em uma lisa pedra de rio.

Yao-shan recebe a tranmissão total.



Por D.T.Suzuki4
Pode-se dizer que, de certo modo, o Zen chinês começou realmente com Matsu e seu contemporâneo Shih-tou, ambos descendentes diretos de Hui-neng.

Quando Hui-lang de Chao-t’i foi ver Ma-tsu, este lhe perguntou: — O que vem buscar aqui?
Hui-lang: — Busco a introvisão atingida pelo Buda.
Ma-tsu: — O Buda não tem introvisão dessa espécie; essa pertence aos Maus. Você diz que vem de Nan-vueh, mas não parece ter visto Shih-tou ainda. É melhor que volte para o seu mestre.
Hui-lang, obedientemente, voltou para Nan-yueh e perguntou a Shih-tou: — O que é o Buda?
Shih-tou: — Você não tem a natureza de Buda.
Hui-lang: — E essas naturezas que se movem à nossa volta?
Shih-tou: — Elas a têm.
Hui-lang: — E por que eu não tenho?
Shih-tou: — Porque você não Consegue vê-Ia sozinho.
>Diz-se que isto serviu-lhe para abrir os olhos à sua natureza-própria. Depois ele viveu em Cho-ti e todos os monges que se aproximaram dele para instruir-se eram mandados embora com esta frase: –“Vão embora! Vocês não têm a natureza de Buda!”

Chen-lang foi ter com Shih-tou e perguntou-lhe:
— O que significa a vinda do Dharma do Oeste para cá?
Shih-tou:— Pergunte àquele poste ali.
Chen-lang: — Não entendo.
Shih-tou: — Nem eu.

Esta resposta fez com que Chen-lang descobrisse a verdade. Mais tarde, quando um monge veio pedir-lhe instrução, ele o chamou: — O reverendo!
O monge atendeu: — Sim, senhor.
E Chen-lang disse-lhe: Você está se afastando de si mesmo.
O monge: — Se assim é, por que você não trata de ver o que devo fazer para proceder direito?

Chen-lang limpou os olhos, como quem procura ver melhor. — O monge não soube o que dizer.

Shih-tou afirmou certo dia: — Seja qual for a conversa que vocês tiverem sobre aquilo, seja qual for o procedimento que vocês tiverem, nada tem a ver com aquilo.
Wei-yen, de Yao-shan, comentou: — Mesmo quando vocês não falam sobre aquilo e mesmo quando vocês não procedem de qualquer modo, nada têm a ver com aquilo.
Shih-tou: — Ali não há lugar nem mesmo para a ponta de uma agulha.
Wei-yen: — Ali é como plantar flores em pedras.


    Fontes:

  1. “Os três pilares do Zen” de Philip Kapleau
  2. “O Zen” de Jean-Michel Varenne
  3. www.dharmanet.com.br
  4. “A Doutrina da Não-Mente” de D.T.Suzuki
  5. “Ensinos do Mestre Zen Anzan Roshi”(texto compilado pelo Ven. Jinmyo Fleming ino e traduzido ao Português por Claudio Miklos.


Discípulos

Entre os discípulos de Shih T’ou estão:

  1. Yao-shan
  2. P’ang-yun
  3. Ta-tien Pao-t’ung

Textos
Canção da Cabana de Grama



Linhagem desde Saquiamuni

    BUTSU

  1. BIBASHI
  2. SHIKI
  3. BISHAFU
  4. KURUSON
  5. KUNAGONMUNI
  6. KASHO
  7. XAQUIAMUNI

    ÍNDIA

  1. MAKAKASHO
  2. ANANDA
  3. SHONAWASHU
  4. UBAGIKUTA
  5. DAITAKA
  6. MISHAKA
  7. BASHUMITSU
  8. BUTSUDANANDAI
  9. FUDAMITA
  10. BARISHIBA
  11. FUNAYASHYA
  12. ANABOTEI
  13. KABIMORA
  14. NAGYAHARAJUNA
  15. KANADAIBA
  16. RAGORATA
  17. SOGYANANDAI
  18. KAYSHATA
  19. KUMORATA
  20. SHAYATA
  21. BASHUBANZU
  22. MANURA
  23. KAKUROKUNA
  24. SHSISHIBODAI
  25. BASHASHITA
  26. FUNYOMITA
  27. HANNYATARA
    CHINA

  1. BODAIDARUMA
  2. TAISO EKA
  3. KANCHI SOSAN
  4. DAII DOSHIN
  5. DAIMAN KONIN
  6. DAIKAN ENO
  7. SEIGEN GYOSHI
  8. SEKITO KISEN


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