Horin Daigyo(1938-2011)
Moriyama roshi
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Nasceu em Março de 1938, no extremo norte do Japão, conhecido como ilha de Sakhaline – ocupada depoisa da guerra pelos soviéticos.
Aos 22 anos,conclui seus estudos de filosofia em Tokyo, e reencontra seu mestre Hakusan Kojun Roshi.
Ele começa a praticar o zazen, e impressiona pela dignidade ecompaixão viva de um Roshi. Decide tornar-se monge.
É ordenado com a idade de 24 anos e passa um ano em Eihei-ji, templo fundado por Meste Dogen. Durante 5 anos em Soji-ji, um templo fundado por mestre Keizan Jokin
, ele realiza a prática monástica, e inicia um curso especial para transformar-se em professor do Dharma.Ele recebe a transmissão de seu Mestre, Hakusan Kojun Roshi.
Seu mestre o envia para seu irmão do Dharma, Niwa Roshi para completar sua formação. Ele ficará 2 anos na seção de Tokyo do Eihei-ji. Niwa Roshi lhe pede então para ir à São Francisco, na Califórnia, USA, retomar o templo precedentemente dirigido por Shunryu Suzuki (este havia se retirado deste templo para fundar o Zen Center. Esse seria o primeiro encontro de Roshi Moryama com o ocidente – o São Francisco do fim dos anos 60! Grande choque, e grande admiração pela força da prática dos ocidentais.
Após 3 anos, Moryama Roshi volta ao Japão, junto a Niwa Roshi, nesse momento ele é professor, depois Ino (Mestre professor de monges). Depois de 6 anos ele recebe o título de Shike (Mestre de monastério). Ajudado por seus mestres ele funda o Zuigakuin nas montanhas japonesas.
Zagakuim é um pequeno templo, consagrado à prática tal como ela é exposta por mestre Eihei Dôgen: meditação (Zazen) e trabalho (Samu) – a prática inclui também Takahatsu (pedir esmolas), reatando assim com a tradição budista dos monges mendicantes e pobres – a outra fonte de renda é somente doações feitas pelos pelos visitantes e discípulos.
Pouco conforto – nada de eletricidade, nem telefone, pouco aquecimento – mas rico de Dhrama, e aberto à todos: japoneses e estranjeiros, homens e mulheres, o único que conta é o desejo de praticar e seguir o caminho dos Patriarcas; uma vida simples, preciosa, uma prática rara no Japão atual, é o dom de Mestre Moryama à todos os discípulos. O templo foi aberto em 1978, o zendo terminou em 1980.
Em 1992, Roshi Niwa pede a Moryama para partir, desta vez para a América do Sul. Mestre Moryama foi nomeado Sokan (responsável nacional). Ele morou em São paulo, cidade de emigração de numerosos japoneses após-guerra. Ele reconstrói o templo da comunidade, e cria grupos de Zazen para brasileiros, em São Paulo e em outras cidades brasileiras. Sua discípula Joshin Sensei começará grupos de zazen na Argentina, no Uruguai e no Chile. Mas desejoso de seguir a vida simples de monge, Meste Moryama quando tudo está em ordem se demite e volta a Zuigakuin, onde continua a acolher visitantes e praticantes até o início do ano 2000 quando parte para Porto Alegre no Brasil, para dirigir um novo templo. Em sua ausência, Zuigakuin não aceita mais os visitantes estrangeiros e as pessoas interessadas podem dirigir-se à “Demeure Sans Limites”, aí onde prossegue seu Dharma, através de sua sucessora Joshin Sensei.
Moryama tem ministrado ensinamentos tanto para monges quanto para discípulos leigos, por mais de 30 anos. Desde o início, sempre teve especial interesse em acessar a prática do Zen para pessoas que não tem experiencia anterior no Budismo.
Em 26 de fevereiro de 1998 Roshi Moriyama concedia uma entrevista para Revista Bodigaya em que declarava “eu tenho um novo projeto. O Grupo VIAZEN vai iniciar a construção de um Centro de Treinamento Zen nas montanhas”.
Em fevereiro de 2000, mudou-se para Porto Alegre e conforme declaração sua para Revista Bodigaya, quando anunciou a construção do Mosteiro Zen Internacional Dogen Zenji, ele veio par ficar. “Vim morrer no Brasil”.
Dados pessoais:
1970-73 – Monge Superior do Soko-ji Zen Temple, em San Francisco, USA
1978 – Fundaçao do Zuigakuin International Zen Temple, próximo a Tokyo, Japao
1992 – Fundaçao do Hokai-ji International Zen Temple, em St.Agreve, França
1993-96 – Monge Superior do Templo Bushin-ji, em São Paulo, Brasil. Nessa ocasião, teve seu primeiro contato e visita à ViaZen, em Porto Alegre.
Fevereiro de 2000 – Muda-se para Porto Alegre, Brasil.
Moriyama depois voltou ao Japão e anos se passaram sem nos vermos. Em abril de 2011 eu ia levar alguns alunos para uma viagem-peregrinação ao Japão. Em janeiro, graças a minha amiga Coen Sensei, entrei em contato com um discípulo do Roshi em Tokyo. Ele me disse que Moriyama ficava a maior parte do tempo nas montanhas, onde tinha construído um pequeno Templo. Combinamos um encontro com o Roshi em Tokyo, para que ele conversasse com meus alunos quando as cerejeiras estivessem floridas. Ainda antes de nossa viagem, o Roshi viria ao Brasil, e eu então o reveria primeiro aqui. Tudo acertado, o discípulo me disse que o Roshi ficara feliz com o convite para o encontro, mandava-me um grande abraço, e pediu também para avisar que ao chegar no Brasil ele me telefonaria.
No dia 18 de fevereiro de 2011 Moriyama Roshi saiu do Templo Kitijyo-in onde estava hospedado para caminhar e nunca mais foi visto. Quando Togari Sensei percebeu que Moriyama não voltava nem dava notícias, ligou para os discípulos do Roshi que de imediato se mobilizaram, e varreram todas as possibilidades conhecidas. Dias depois comunicaram o desaparecimento a polícia que mobilizou sua própria investigação. Em março Fukushima foi devastada pelo tsunami. Em julho o governo japonês encerrou as investigações e Moriyama Roshi foi dado como desaparecido. Somente seus discípulos seguiram buscando. (Shogyo Gustavo Pinto, 2014).
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